Será que as crianças têm um bom equilíbrio entre tempo de estudo e brincadeira?

Depois de um longo período, de muito matéria e de muitos trabalhos lá chegou ao fim o 2º período.

Tenho a sorte dos meus filhos gostarem da escola, de terem facilidade na aprendizagem e estarem muito bem adaptadas ao método escolhido pela escola, mas mesmo assim noto que é muito duro para eles a quantidade de horas de escola, a quantidade de matéria e quantidade de trabalhos... Chegaram ao fim do segundo período muito cansados... (e mesmo assim este ano a páscoa até é cedo e por isso o segundo período não foi dos piores).

Não estamos a exagerar? Quando oiço o meu filho mais velho, que está no terceiro ano, a falar de alguma matérias que está a estudar agora, lembro-me que na minha infância apenas abordámos esses temas uns bons aninhos mais tarde... porque será que a exigência do programa está a antecipar as matérias?

Não me quero meter por caminhos sobre os quais não tenho conhecimentos científicos, mas como mãe parece-me que eles estão a aprender coisas a mais, os programas são muito exigentes quer a nível de extensão como a nível de conteúdos, o que poderá perturbar o bem estar das crianças, e sem um benefício aparente (pelo menos que eu consiga perceber). 

Claro que, a forma muito prática como a escola hoje em dia ensina os alunos, os ajuda a perceber em vez de decorar, como era no nosso tempo, e isso torna as coisas mais simples de absorver... mas mesmo assim, tanta matéria, com uma carga horária tão rigorosa e ainda com tantos trabalhos de casa... não fica a faltar um tempo de qualidade para brincar? Eles acabam por só parar à noite, altura em que já estão muito cansados e também já não conseguem ter brincadeiras de qualidade...

Mas agora finalmente chegaram as férias e embora já tenham manifestado saudades dos colegas da escola (os meus filhos são uns lamechas!!!), já foram para casa da avó, cheios de espadas e pistolas para brincarem muito e, espero eu, puxarem pela imaginação nas brincadeiras que é uma habilidade que lhes vai ser tão útil no futuro e que tenho medo seja castrada com tantos conteúdos.

Que características serão realmente importantes e mais valorizadas nos trabalhadores do futuro? Claro que as básicas da português, matemática e estudo do meio serão importantes... mas não serão igualmente importantes a criatividade, a imaginação, a capacidade de abstracção da realidade? E estarão as escolas preparadas para dar estas características às crianças? Não será a brincar, a melhor forma de adquirir estes conhecimentos?

Enfim... pensamentos apenas...