Ruka e Kuka: Era uma vez...

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Era uma vez...



Introdução

Era uma vez uma menina, Catarina. De olhos grandes castanhos e caracóis compridos a embelezar-lhe o rosto muito claro, com umas covinhas nas bochechas que transpareciam um pouco a malandrice que lhe enchia o coração e que ela escondia no seu dia-a-dia.

Catarina tinha 8 anos e vivia uma vida normal. Estava no 3º ano da escola, acordava todos os dias às 7h30 para ir para a escola, vestia-se, comia e a seguir pegava na mochila e no casaco e lá ía ela e o irmão, com o pai ou a mãe para a escola. Aprendia com muita facilidade as matérias. Gostava mais de matemática, mas mesmo o Português e o Estudo do Meio com alguma concentração também ía aprendendo.

Catarina tinha uma família normal. O pai Jorge, com 42 anos, trabalhava no mesmo banco há 12 anos e mantinha a sua vida tranquila: entrava às 8h30 e saía às 18h, o que lhe possibilitava ir buscar os meninos à escola todos os dias. A mãe Rita, com 38 anos, trabalhava nos CTT como assistente do diretor financeiro. Entrava sempre por volta das 9h30, mas o horário de saída era um pouco mais incerto pois tinha que ficar até o diretor para quem trabalhava sair. O irmão Bruno tinha 5 anos e estava também na mesma escola. A relação deles era como são a maioria das relações entre irmãos, sempre às turras mas com um amor extremo que apenas se vê quando se afastam ou quando há um problema grave com um deles.

Os fins de semana da Catarina eram normais. Todos os fins de semana, quase como uma rotina que não pode ser quebrada, a família almoçava ao sábado em casa dos avós paternos. Passavam sempre lá a tarde, sempre animados pois normalmente Catarina juntava-se com os primos que também iam lá almoçar na mesma rotina. Domingo de manhã era tempo de fazer alguns limpezas e arrumações em casa, pois para um casal em que ambos trabalham é sempre complicado ter tudo impecável durante a semana... e na tarde de domingo rumavam a casa dos avós maternos, onde o avô tinha todas as semanas uma história nova para contar aos netos e avó uns doces para encher os netos de mimo.

Os amigos da Catarina eram normais. Catarina era uma menina popular na escola, dava-se bem com a maior parte dos colegas. A sua melhor amiga, a Leonor, vivia perto dela. Por vezes, os pais da Leonor iam buscá-la mais cedo à escola, e com a autorização dos pais da Catarina, lá iam as duas para casa da Leonor fazer as suas brincadeiras...

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Fim da introdução. Nos próximos dias a Catarina irá voltar :).

Quem é a Catarina? Uma menina que simboliza um pouco daquilo que damos hoje às nossas crianças: uma rotina muito grande, um grande sentido de normalidade, uma grande proteção que os impede de soltar as amarras.

Será este o caminho certo?







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